13 fevereiro 2009

Epilepsia

Epilepsia é uma condição clínica caracterizada por um distúrbio neurológico que se repete: as crises convulsivas ou convulsões. Apesar do imaginário cotidiano trazer sempre a relação entre cenas violentas de pacientes se debatendo e salivando incontrolavelmente, a convulsão pode ser um evento bem mais discreto, como um repuxar de lábios ou um jogar para frente da cabeça. Pode ocorrer mesmo com musculos lisos (das alças intestinais, por exemplo) e pode também ter manifestações não motoras, como alucinações visuais, olfativas ou táteis. Pode haver simplesmente cefaléia (dor de cabeça) ou astenia (dor no corpo). Pode haver ausência, quando o paciente parece que "congela" por alguns momentos.


Basicamente, acontece uma falha na condução elétrica do cérebro, seja por problemas anatômicos ou químicos. Às vezes, não detectamos problema nenhum.


Comparando o nosso cérebro a um aparelho elétrico/eletrônico, é como se ele entrasse em "curto-circuito". Esse curto pode ocorrer porque as vias de condução do estímulo elétrico estão prejudicadas (um sangramento no cérebro ou um tumor, por exemplo) ou podem acontecer porque derramaram coisas sobre os circuitos que não deveriam estar ali (intoxicação por algumas substâncias, infecções, etc). Em outros casos, não há nada de errado com o circuito, mas o "CHIP" que controla as descargas elétricas pode ficar desrregulado, mandando impulsos elétricos irregulares e fortes, o que pode desencadear crises, momentaneamente (com na febre alta em crianças que tem história de convulsão febril, por exemplo)ou em definitivo(foco epiléptico).


O que caracteriza a convulsão e nos permite seu correto diagnóstico é justamente a alteração do ritmo elétrico habitual do encéfalo (verificado através de um exame chamado de eletroencefalograma - EEG) associado a uma manifestação clínica suspeita no mesmo momento.


A mais comum é a convulsão tônico clônica, caracterizada por movimentos repetitivos e/ou espasmos, discretos ou bruscos.


Estas crises podem ser generalizadas (quando tomam conta do paciente por completo) ou parciais (só o lado direito do corpo, ou só um repuxar de lábios, por exemplo). A duração é variável: de poucos segundos a vários minutos.

Veja os vídeos abaixo



Neste caso, podemos observar os espasmos repetitivos (movimentos tônico-clônicos), eversão ocular (virar os olhos) é comum; sialorréia (salivação incontrolável) também; pode haver liberação de esfíncteres (perda involuntária de fezes ou urina). O mais característico é que o paciente perde totalmente o contato, a comunicação com as pessoas ao redor, e não reage à dor.

Devemos colocá-lo deitado sobre o lado esquerdo do corpo, garantir que ao seu redor não haja riscos de que ele se machuque (derrubando um abajur, por exemplo), e procurar ajuda.

Pode durar de poucos segundos há vários minutos, e após, é frequente o paciente ficar torporoso, sonolento, ou irritado e com dor de cabeça, dor no corpo.

Às vezes, basta combater a causa (abaixar a febre ou drenar um sangramento), mas muitas vezes, é preciso usar uma medicação anti-convulsivante, como um benzodiazepínico, para abortar a crise.

O vídeo abaixo ensina o que fazer se você presenciar uma crise convulsiva.

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