06 outubro 2006
Órfão Político - Coitada da Estrela Vermelha, Coitada da Bandeira Verde-Amarela
Não, senhores, eu não estou com o Lula. E não estou nem um pouco feliz com o PT. Sou Petista com "P" maiúsculo, sim, fiel não de maneira apaixonada, como sou ao Flamengo, mas de maneria bem racional. Tão racional que neste momento me sinto órfão político.
Que neste país os políticos têm uma péssima imagem, ninguém discute. Mas imagem não é tudo. Imagem se muda com trabalho sério.
Os momentos recentes do partido, conduzidos pela ala paulista do "campo majoritário" foram desastrosos e motivo de vergonha, para os militantes.
Esperava mais de quem sempre valorizou a ética. Mas a tal seção paulista, nata do "campo majoritário", tomou as rédeas desde a campanha eleitoral de 2002, para desespero meu e do Jabor, e teve tanto respeito, tanto amor pela ética e pela lei quanto tinha quando era militante do movimento estudantil na época da ditadura militar: rebelde, marginal à lei, clientelista, egocêntrico e incapaz de autocrítica, incosequente, levando na máxima os fins justificam os meios.
Urge uma reforma no comando do partido e nos quadros do primeiro escalão federal. Mas que essa reforma não priorize nomes - salvo o inevitável -, mas idéias. Enquanto os conceitos não mudarem, desde dentro do partido, nada acontecerá. Interessante é notar que desde 91 - ao menos - estas súplicas já eram feitas internamente no partido (como se viu num documento que a imprensa trouxe recentemente à tona).
Minha esperança é de que tal reforma conduza mais tarde ao grande pacto sócio-político com a social-democracia, pois o país precisa ganhar com as alianças corretas, reconhecendo que as diferenças entre nós são fictícias. Os "tucanos" seriam melhores aliados - ideologica e administrativamente - que os conservadores coronéis do PFL e cia, ou que os vazios fisiologistas do PMDB e seu estilo "fiz história desta democracia, mas aceito cheque". Será que ninguém enxerga isso? Será que quem enxerga não quer arregaçar as mangas? O país agradece...
Para isso eu confio no Marcelo Déda, no Aécio Neves, no João Paulo (prefeito do Recife), no Olívio Dutra, nos jovens deputados eleitos no último domingo... e até no Alckmin, no Lula, no Serra e no FHC. Agora, enquanto são levados ao Planalto o Maluf, o Collor, o Clodovil... O que esperar?
Posso morder a língua amanhã, mas não vou calar. Não sei o que vai ser do país nos próximos quatro anos - ruim com eles, pior sem eles? Ou será meio raso pensar o país apenas de eleição em eleição? Que os próximos 10, 15, 20, 50 anos sejam mais promissores e motivo de mais orgulho para este povo.
O autor informa que alegremente justificou seu voto por estar longe de seu domicílio eleitoral...
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