O livro mais louco que eu já li.
23 julho 2004
21 julho 2004
20 julho 2004
There's a Storm Outside...
And the gap between crack & thunder...
Crack & Thunder...
is closing in...
is closing in...
Inacreditável que esse tipo de coisa possa acontecer. Mas...
Estou fazendo minha residência médica de pediatria na USP-SP, um dos melhores serviços do país. Temos um estágio de treinamento em ambulatório que se extende por todo o ano. A intenção é adquirir desenvoltura com a consulta pediátrica - que é cheia de peculiaridades - e travar contato com as patologias mais comuns, ao mesmo tempo em que treinamos algumas habilidades, como confiança no ato médico, vínculo com o paciente, desenvoltura emocional, postura perante dificuldades, etc.
A rotina é a seguinte: atendemos um paciente em nosso consultório, realizando anamnese e exame físico, e em seguida discutimos o caso com um pediatra-assistente, em particular. Após a discussão do caso e estabelecimentos das condutas a serem adotadas - exames, medicamentos, orientações, encaminhamentos, etc., voltamos ao consultório para orientar os pais ou o paciente. Tudo isso sob orientação de experientes pediatras, com nome e renome nacional e internacional, extremamente competentes em sua área.
Pois bem. Tinha tudo pra ser algo formidável para nossa formação em pediatria. Mas não está sendo...
Diversos pequenos entraves estão sendo um verdadeiro muro ao nosso progresso.
Em primeiro lugar, não sei quem foi o Joselito "Sem Noção" que inventou que a consulta pediátrica tem que durar 15 minutos. Não dá tempo nem pra examinar o guri! Temo consultas marcadas a cada 30 minutos, umas 8 consultas/dia. Entre realizar a consulta, discutir o caso, e encaminhar as condutas, leva-se muito mais tempo que isso. Uns 15 minutos a mais, pelo menos. Resultado: sempre estamos atrasados e correndo contra o relógio, afinal, os pacientes não têm nada a ver com isso, têm seu horário de consulta marcado e merecem que nós respeitemos isso. Essa nossa "pressa" acaba nos levando a realizar uma consulta muitas vezes incompleta, sujeita aos erros mais diversos, a esquecer de abordar pontos importantes e causar problemas na discussão ou condução do caso. Sem falar que não dá tempo de nos centrarmos em aprender ou desenvolver habilidades com tamanha correria. Aliás, correria esta que é "catalisada" pela pressa dos pediatras-assistentes em ir embora cedo. Mais ou menos às quatro da tarde, fazem um "remanejamento" dos pacientes que ainda esperam atendimentos, e passam casos de residentes sobrecarregados para os que estão mais folgados naquele dia. Aparentemente uma boa atitude, não fosse o fato de os residentes e os pacientes nunca serem questionados a respeito - será que o paciente quer abrir mão do médico que o acompanha e vice-versa? Onde fica o vínculo, que com tanto zelo os pediatras-assistentes nos exaltam a perseguir?
É deprimente e desistimulante trabalhar um paciente, estudar seu caso, desenvolver uma relação de confiança e troca para de repente ver esse vínculo quebrado por uma pressa que não tem nada de construtivo...
E as aulas teóricas? Ao longo do ano, se propõe um calendário de aulas com temas interessantes muito comuns na prática diária do ambulatório de pediatria, o que provavelmente nos daria um forte embasamento teórico para a atividade de campo. Único problema - as aulas são às quartas, ao meio-dia, um horário TOTALMENTE incoveniente, para os residentes e para quem ministra as aulas... Será que ninguém, repito, NINGUÉM pensa que com uma qualidade de vida degradante jamais se forma um bom médico? Quantos colegas chegaram atrasados, por terem sido liberados em cima da hora de serviços que ficam a kilômetros de distância... Quantos deixaram de almoçar para poder estar presentes à atividade... Quantos dormem em plena aula ao som de um monólogo numa sala escura após uma noite acordado de plantão... Não seria muito mais produtivo realizar discusões e seminários com grupos menores, sobre os mesmos temas? Isso podia ser feito no momento do preparo de casos, por exemplo!
Ah, o preparo de casos... Uma vez por semana, nos reunimos com um pediatra-assistente para discutir os casos que serão atendidos na semana seguinte... Uma atividade salutar, que deveria estimular o nosso raciocínio clínico, nossa capacidade de apresentação de um caso clínico, nosso planejamento para cada paciente em particular... Mas muitas vezes é apenas uma tarde cheia de monólogos, que não explora um décimo do seu potencial para nossa formação. Os seminários, por exemplo, seriam uma ótima inovação. Se bem que na verdade, cada grupo de preparo de casos tem um pediatra-assistente diferente e isso acaba implicando em diferenças na condução da atividade, para melhor ou pior. Apesar de neste caso eu estar pessoalmente satisfeito, acho que ainda cabem melhorias importantes, principalmente na postura dos orientadores, dos pediatras-assistentes.
Confesso que no início eu demorei a me situar, a corresponder ao que era solicitado, não conseguia estudar e me propor a um bom trabalho. Havia um misto ansiedade com o peso da saudade e mudança, a adaptação a uma nova ordem completamente estranha e a rotina extenuante que se erguiam como obstáculos a um bom desempenho. Hoje superei a maioria deles - gostaria talvez de um pouco mais de tempo livre para estudar. Porém, ainda sinto uma distância entre o que estou fazendo e o desempenho que gostaria e sou capaz de obter.
Agora, no meio do ano, é a época de se avaliar a atividade. triste é ver que pouco se pensa na correção de trajetória, numa avaliação continuada, em abordar e corrigir os erros de maneira imediata, breve, concisa, estimulante e constrututiva. Nada disso. Após uma prova subjetiva com, pasmem, "gabarito" (que avaliou com rigorosidade o conhecimento das condutas do serviço, e nada inferiu a respeito da nossa capacidade de abordar e conduzir o caso clínico dentro do que se espera para o caso apresentado), e de uma avaliação pessoal dos pediatras-assistentes que nos acompanham mais de perto no campo, somos comunicados de um veredito. Ou estamos liberados para conduzirmos sozinhos os nossos pacientes (exceto os casos novos, os complicados e as altas), num reconhecimento ao nosso sucesso na atividade - não importa se já estejamos seguros ou não para tal -; ou, sob a forma de sermão, somos "convidados" a nos esforçar e melhorar nosso desempenho, sob a ameaça de não sermos considerados capazes de passar ao próximo ano da residência em pediatria...
Claro que isso criou um clima supertenso entre todos os residentes, já que após a fatídica prova, os pediatras-assistentes confessaram aos quatro cantos seu desgosto com os resultados... Parecia que cabeças iriam rolar a qualquer momento, ninguém sorria mais, quem jah beirava a depressão, mergulhou nela de vez; Enfim, foi tudo, menos uma coreção de trajetória construtiva... Será que alguma vez o conceito de orientação e avaliação construtiva entrou no planejamento ou no trabalho de algum dos pediatras-assistentes do ambulatório? Provavelmente sim, mas ainda está longe, MUITO longe do que deeria estar acontecendo.
Pequenas mudanças construtivas fariam grandes diferenças não? E qual é o esforço pessoal que estamos fazendo em mudar as coisas para melhor? Será que estamos nos conformando?
É preciso lembrar que há muito tempo não somos mais alunos ingênuos. Somos MÉDICOS. Mal-formados, mas somos médicos, e nem sempre lembramos disso, nem sempre nos portamos como tal no dia a dia. Talvez por isso alguns pais solicitem: "queremos ser atendidos pelo médico, não pelo residente"...
Espero que cada colega tenha a calma e a paciência de tapar os ouvidos ao nocivo, ao degradante e ao negativo, a tudo que pode não lhe fazer bem; ao mesmo tempo, ter a consciência de sua situação, suas capacidades e habilidades, e busque num esforço pessoal corrigir o que precisa em si, almejando sua formação enquanto um bom pediatra...
Não dêem ouvidos ao que é perjorativo, ao autoritário e ao competitivo. Pensem, meus amigos, construtivamente. Tenham uma postura construtiva. Perguntem, questionem, sugiram, ajam.
Pelo nosso bem e de nossos pacientes.
A quem quer que leia isso, é só o que peço e espero: pensamento crítico e construtivo, em prol de um boa formação, para nós e para os que virão.
Abraço forte,
Leo.
Ps.: Plantão sussa, o maior frio lá fora, pai nenhum se arrisca a botar os filhos pra fora de casa com um tempo desses... Previsão de bom soninho...
:)
* Lennon is taking Sean to the doctor *
Crack & Thunder...
is closing in...
is closing in...
Inacreditável que esse tipo de coisa possa acontecer. Mas...
Estou fazendo minha residência médica de pediatria na USP-SP, um dos melhores serviços do país. Temos um estágio de treinamento em ambulatório que se extende por todo o ano. A intenção é adquirir desenvoltura com a consulta pediátrica - que é cheia de peculiaridades - e travar contato com as patologias mais comuns, ao mesmo tempo em que treinamos algumas habilidades, como confiança no ato médico, vínculo com o paciente, desenvoltura emocional, postura perante dificuldades, etc.
A rotina é a seguinte: atendemos um paciente em nosso consultório, realizando anamnese e exame físico, e em seguida discutimos o caso com um pediatra-assistente, em particular. Após a discussão do caso e estabelecimentos das condutas a serem adotadas - exames, medicamentos, orientações, encaminhamentos, etc., voltamos ao consultório para orientar os pais ou o paciente. Tudo isso sob orientação de experientes pediatras, com nome e renome nacional e internacional, extremamente competentes em sua área.
Pois bem. Tinha tudo pra ser algo formidável para nossa formação em pediatria. Mas não está sendo...
Diversos pequenos entraves estão sendo um verdadeiro muro ao nosso progresso.
Em primeiro lugar, não sei quem foi o Joselito "Sem Noção" que inventou que a consulta pediátrica tem que durar 15 minutos. Não dá tempo nem pra examinar o guri! Temo consultas marcadas a cada 30 minutos, umas 8 consultas/dia. Entre realizar a consulta, discutir o caso, e encaminhar as condutas, leva-se muito mais tempo que isso. Uns 15 minutos a mais, pelo menos. Resultado: sempre estamos atrasados e correndo contra o relógio, afinal, os pacientes não têm nada a ver com isso, têm seu horário de consulta marcado e merecem que nós respeitemos isso. Essa nossa "pressa" acaba nos levando a realizar uma consulta muitas vezes incompleta, sujeita aos erros mais diversos, a esquecer de abordar pontos importantes e causar problemas na discussão ou condução do caso. Sem falar que não dá tempo de nos centrarmos em aprender ou desenvolver habilidades com tamanha correria. Aliás, correria esta que é "catalisada" pela pressa dos pediatras-assistentes em ir embora cedo. Mais ou menos às quatro da tarde, fazem um "remanejamento" dos pacientes que ainda esperam atendimentos, e passam casos de residentes sobrecarregados para os que estão mais folgados naquele dia. Aparentemente uma boa atitude, não fosse o fato de os residentes e os pacientes nunca serem questionados a respeito - será que o paciente quer abrir mão do médico que o acompanha e vice-versa? Onde fica o vínculo, que com tanto zelo os pediatras-assistentes nos exaltam a perseguir?
É deprimente e desistimulante trabalhar um paciente, estudar seu caso, desenvolver uma relação de confiança e troca para de repente ver esse vínculo quebrado por uma pressa que não tem nada de construtivo...
E as aulas teóricas? Ao longo do ano, se propõe um calendário de aulas com temas interessantes muito comuns na prática diária do ambulatório de pediatria, o que provavelmente nos daria um forte embasamento teórico para a atividade de campo. Único problema - as aulas são às quartas, ao meio-dia, um horário TOTALMENTE incoveniente, para os residentes e para quem ministra as aulas... Será que ninguém, repito, NINGUÉM pensa que com uma qualidade de vida degradante jamais se forma um bom médico? Quantos colegas chegaram atrasados, por terem sido liberados em cima da hora de serviços que ficam a kilômetros de distância... Quantos deixaram de almoçar para poder estar presentes à atividade... Quantos dormem em plena aula ao som de um monólogo numa sala escura após uma noite acordado de plantão... Não seria muito mais produtivo realizar discusões e seminários com grupos menores, sobre os mesmos temas? Isso podia ser feito no momento do preparo de casos, por exemplo!
Ah, o preparo de casos... Uma vez por semana, nos reunimos com um pediatra-assistente para discutir os casos que serão atendidos na semana seguinte... Uma atividade salutar, que deveria estimular o nosso raciocínio clínico, nossa capacidade de apresentação de um caso clínico, nosso planejamento para cada paciente em particular... Mas muitas vezes é apenas uma tarde cheia de monólogos, que não explora um décimo do seu potencial para nossa formação. Os seminários, por exemplo, seriam uma ótima inovação. Se bem que na verdade, cada grupo de preparo de casos tem um pediatra-assistente diferente e isso acaba implicando em diferenças na condução da atividade, para melhor ou pior. Apesar de neste caso eu estar pessoalmente satisfeito, acho que ainda cabem melhorias importantes, principalmente na postura dos orientadores, dos pediatras-assistentes.
Confesso que no início eu demorei a me situar, a corresponder ao que era solicitado, não conseguia estudar e me propor a um bom trabalho. Havia um misto ansiedade com o peso da saudade e mudança, a adaptação a uma nova ordem completamente estranha e a rotina extenuante que se erguiam como obstáculos a um bom desempenho. Hoje superei a maioria deles - gostaria talvez de um pouco mais de tempo livre para estudar. Porém, ainda sinto uma distância entre o que estou fazendo e o desempenho que gostaria e sou capaz de obter.
Agora, no meio do ano, é a época de se avaliar a atividade. triste é ver que pouco se pensa na correção de trajetória, numa avaliação continuada, em abordar e corrigir os erros de maneira imediata, breve, concisa, estimulante e constrututiva. Nada disso. Após uma prova subjetiva com, pasmem, "gabarito" (que avaliou com rigorosidade o conhecimento das condutas do serviço, e nada inferiu a respeito da nossa capacidade de abordar e conduzir o caso clínico dentro do que se espera para o caso apresentado), e de uma avaliação pessoal dos pediatras-assistentes que nos acompanham mais de perto no campo, somos comunicados de um veredito. Ou estamos liberados para conduzirmos sozinhos os nossos pacientes (exceto os casos novos, os complicados e as altas), num reconhecimento ao nosso sucesso na atividade - não importa se já estejamos seguros ou não para tal -; ou, sob a forma de sermão, somos "convidados" a nos esforçar e melhorar nosso desempenho, sob a ameaça de não sermos considerados capazes de passar ao próximo ano da residência em pediatria...
Claro que isso criou um clima supertenso entre todos os residentes, já que após a fatídica prova, os pediatras-assistentes confessaram aos quatro cantos seu desgosto com os resultados... Parecia que cabeças iriam rolar a qualquer momento, ninguém sorria mais, quem jah beirava a depressão, mergulhou nela de vez; Enfim, foi tudo, menos uma coreção de trajetória construtiva... Será que alguma vez o conceito de orientação e avaliação construtiva entrou no planejamento ou no trabalho de algum dos pediatras-assistentes do ambulatório? Provavelmente sim, mas ainda está longe, MUITO longe do que deeria estar acontecendo.
Pequenas mudanças construtivas fariam grandes diferenças não? E qual é o esforço pessoal que estamos fazendo em mudar as coisas para melhor? Será que estamos nos conformando?
É preciso lembrar que há muito tempo não somos mais alunos ingênuos. Somos MÉDICOS. Mal-formados, mas somos médicos, e nem sempre lembramos disso, nem sempre nos portamos como tal no dia a dia. Talvez por isso alguns pais solicitem: "queremos ser atendidos pelo médico, não pelo residente"...
Espero que cada colega tenha a calma e a paciência de tapar os ouvidos ao nocivo, ao degradante e ao negativo, a tudo que pode não lhe fazer bem; ao mesmo tempo, ter a consciência de sua situação, suas capacidades e habilidades, e busque num esforço pessoal corrigir o que precisa em si, almejando sua formação enquanto um bom pediatra...
Não dêem ouvidos ao que é perjorativo, ao autoritário e ao competitivo. Pensem, meus amigos, construtivamente. Tenham uma postura construtiva. Perguntem, questionem, sugiram, ajam.
Pelo nosso bem e de nossos pacientes.
A quem quer que leia isso, é só o que peço e espero: pensamento crítico e construtivo, em prol de um boa formação, para nós e para os que virão.
Abraço forte,
Leo.
Ps.: Plantão sussa, o maior frio lá fora, pai nenhum se arrisca a botar os filhos pra fora de casa com um tempo desses... Previsão de bom soninho...
:)
* Lennon is taking Sean to the doctor *
14 julho 2004
De Uma Amiga Pisciana
O PISCIANO PRECISA AMAR PRA ESTAR VIVO: UM IDEAL, UM PROJETO, ALGUÉM... QUALQUER COISA É PASSÍVEL DO AMOR DE UM PISCIANO!
MAS UM PISCIANO QUE NÃO AMA JÁ MORREU...
* lennon doesn´t believe in zodiac astrology *
MAS UM PISCIANO QUE NÃO AMA JÁ MORREU...
* lennon doesn´t believe in zodiac astrology *
Sobre Ernesto "Fuser" Guevara e Diários de Motocicleta
Se eu ainda estivesse com meus 21 anos, eu teria dito que "Diários de Motocicleta" é o melhor filme do mundo...
Uma road trip no mínimo empolgante, como qualquer um gostaria de viver na sua juventude, como eu ainda quero; afinal, juventude, baby, sempre será um estado de espírito.
Muito bonito, o filme me rejuvenesceu uns anos, me fez voltar a minha época de movimento estudantil, da época em que mudar o mundo era uma coisa palpável. Uma idade em que eu tinha ideais, sonhos, sensibilidade. E é justamente isso, a sensibilidade que o jovem Ernesto "Fuser" Guevara vai despertando para as injustiças que encontra no caminho, o que mais salta aos olhos do espectador. Não foi um retrato pintado, com o propósito de compor um herói, um protagonista perfeito, o que aliás, Ernesto nunca foi. Era mulherengo - talvez menos que seu amigo Alberto - roubava para comer e não tinha nem o pudor de mentir para uma cidade inteira... Enfim, mais humano impossível.
Ernesto passou longe de um Santo. Era hesitante com as pessoas e fisicamente muito frágil, inclusive, um asmático grave que beirou a morte em diversas ocasiões... Enfim, mais humano, impossível, vemos um Che desmitificado, uma pessoa como eu e você, baby. Mas a miséria humana em que estavam imersos os habitantes da latino-america arrasada por anos de exploração como colônias ibéricas atravessa a alma do jovem Che como ele próprio atravessou América... Profunda e inquietantemente.
Aqui também, como podemos ser eu e você, ele foi envolto por um sentimento de que coletividade, de pertencer a um povo sofrido, explorado, vítima de injustiças sociais...
Ser médico também contribui para esse processo. O contato humano que o jovem Che travava não tinha interesses puramente científicos, mas humanos. Não lhe interessavam os doentes, mas as pessoas. Como médico, ex-militante do movimento estudantil, vivi o mesmo processo.
Infelizmente, no fim da faculdade, eu estava mais pra Alberto Granado que para Ernesto Guevara. E foi esse o caminho que segui. Mas, como no fim do filme, sinto ainda a mesma inquietação dentro do peito, algo em mim mudou para sempre depois das viagens do movimento estudantil. E sei que ainda tenho uma história para viver, pelos meus ideais, junto ao jovem Che que um dia fui.
Não vou pegar em armas, nem bombardear a embaixada americana (ainda que de vez em quando até dê vontade).
Vou fazer o mínimo, pra começar: trabalho voluntário. Quanto o jovem "Fuser" e "Mial" cobraram para dar toda aquela ajuda ao leprosário? Nada.
E tudo que ganharam em troca, teve preço?
* * *
Nesse dia, depois do filme, ajudei uma velhinha a descer as escadas do metrô. Li um livro. Ganhei carinho de pessoas muito amadas. Matutei um pouco mais sobre os meus sonhos de um Instituto Materno Infantil em Sergipe. Filantrópico.
Tomei vinho tinto deitado no sofá.
Estava muito feliz, apesar dos meus defeitos e todos os meus pecados, estava feliz pra caralho.
Sei que lá fora na rua milhares passavam frio e fome.
Mas eu me importo com eles, e quero fazer algo para mudar suas vidas para melhor.
E você?
* lennon is planning a little revolution *
Uma road trip no mínimo empolgante, como qualquer um gostaria de viver na sua juventude, como eu ainda quero; afinal, juventude, baby, sempre será um estado de espírito.
Muito bonito, o filme me rejuvenesceu uns anos, me fez voltar a minha época de movimento estudantil, da época em que mudar o mundo era uma coisa palpável. Uma idade em que eu tinha ideais, sonhos, sensibilidade. E é justamente isso, a sensibilidade que o jovem Ernesto "Fuser" Guevara vai despertando para as injustiças que encontra no caminho, o que mais salta aos olhos do espectador. Não foi um retrato pintado, com o propósito de compor um herói, um protagonista perfeito, o que aliás, Ernesto nunca foi. Era mulherengo - talvez menos que seu amigo Alberto - roubava para comer e não tinha nem o pudor de mentir para uma cidade inteira... Enfim, mais humano impossível.
Ernesto passou longe de um Santo. Era hesitante com as pessoas e fisicamente muito frágil, inclusive, um asmático grave que beirou a morte em diversas ocasiões... Enfim, mais humano, impossível, vemos um Che desmitificado, uma pessoa como eu e você, baby. Mas a miséria humana em que estavam imersos os habitantes da latino-america arrasada por anos de exploração como colônias ibéricas atravessa a alma do jovem Che como ele próprio atravessou América... Profunda e inquietantemente.
Aqui também, como podemos ser eu e você, ele foi envolto por um sentimento de que coletividade, de pertencer a um povo sofrido, explorado, vítima de injustiças sociais...
Ser médico também contribui para esse processo. O contato humano que o jovem Che travava não tinha interesses puramente científicos, mas humanos. Não lhe interessavam os doentes, mas as pessoas. Como médico, ex-militante do movimento estudantil, vivi o mesmo processo.
Infelizmente, no fim da faculdade, eu estava mais pra Alberto Granado que para Ernesto Guevara. E foi esse o caminho que segui. Mas, como no fim do filme, sinto ainda a mesma inquietação dentro do peito, algo em mim mudou para sempre depois das viagens do movimento estudantil. E sei que ainda tenho uma história para viver, pelos meus ideais, junto ao jovem Che que um dia fui.
Não vou pegar em armas, nem bombardear a embaixada americana (ainda que de vez em quando até dê vontade).
Vou fazer o mínimo, pra começar: trabalho voluntário. Quanto o jovem "Fuser" e "Mial" cobraram para dar toda aquela ajuda ao leprosário? Nada.
E tudo que ganharam em troca, teve preço?
* * *
Nesse dia, depois do filme, ajudei uma velhinha a descer as escadas do metrô. Li um livro. Ganhei carinho de pessoas muito amadas. Matutei um pouco mais sobre os meus sonhos de um Instituto Materno Infantil em Sergipe. Filantrópico.
Tomei vinho tinto deitado no sofá.
Estava muito feliz, apesar dos meus defeitos e todos os meus pecados, estava feliz pra caralho.
Sei que lá fora na rua milhares passavam frio e fome.
Mas eu me importo com eles, e quero fazer algo para mudar suas vidas para melhor.
E você?
* lennon is planning a little revolution *
12 julho 2004
O Xangô do Gordo
Presentinho que eu me dei. Do Jô. Tem séculos que eu tava afins de ler, mas nada de pegar o livro. Hoje eu não pude fugir. Tava na minha cara na livraria... Sem contar que eu adoro ficção escrita sobre passagens ou personagens da história... Forrest Gump, por exemplo. JFK. E "Os The Beatles", de minha própria autonomia, hehehe....(aliás, uma das últimas coisas legais que escrevi).
* lennon is reading porno on the couch *
Cazuza: O filme - meia boca
O filme é meia boca. Mas o Cazuza é foda.
O filme foi super simples. "Eu gosto do simples, mas às vezes é pouco". O Cazuza é muito foda. E o Daniel mandou muito bem na interpretação...
Vida breve vida... vida louca vida... se eu não posso te levar... quero que vc me leveeeee...
Ducaralho.
Viveu louca e intensamente, viveu apenas 30 e poucos anos, mas muito mais que a maioria que chegou aos 100 anos...
O filme foi super simples. "Eu gosto do simples, mas às vezes é pouco". O Cazuza é muito foda. E o Daniel mandou muito bem na interpretação...
Vida breve vida... vida louca vida... se eu não posso te levar... quero que vc me leveeeee...
Ducaralho.
Viveu louca e intensamente, viveu apenas 30 e poucos anos, mas muito mais que a maioria que chegou aos 100 anos...
Pure Pleasure Seeker - Moloko
Yeah.
Gotta get me some
Gotta get me instant gratification.
Gimme new kicks,
Won't you show me new tricks
Without the ramifications.
Give it a try, don't be shy.
Well you know you might like it.
Never been to keen a timekeeper
But I'm a pure new pleasure seeker.
All the way from Venus.
Invading from Mars.
Don't let that come between us.
It's written in the stars.
Save me from fading afraid.
The tears of a fool on parade.
Quietly turn into stone.
Make me flesh and bone.
Well come on, oh.
You know that you want it now
Well come on, yeah.
You know that you want it and how.
Stimulation in body and cell.
For the good and misguided.
Desperation I'm under your spell.
Misunderstood and derided.
Speculation they kiss and they tell.
Misjudged and misquoted.
Fell into the abyss
I must have wanted this.
Another myth exploded.
Take a weight off your mind.
Trust the voice of experience.
I'll tell you little white lies.
Viva indifference.
Stoke up the fire
I'm all you require.
They won't set you alight.
Come and live your desire.
Come make me whole.
Body and soul, come make me whole ...
YEAH.
Well come on, oh, oh.
You know that you want it now.
Well come on, oh.
You know that you want it and how.
Well come yeah
You know that you want it now.
Well come yeah
You know that you want it now.
Gimme new kicks
I wanna go deeper
Never been to keen a timekeeper
Show me new tricks
You can get me on the beeper
I'm a pure new pleasure seeker.
Gimme new kicks
I wanna go deeper
Never been to keen a timekeeper
Show me new tricks
You can get me on the beeper
I'm a pure new pleasure seeker.
Be crime against passion
Not to itch that itch
Oh don't ask how it happened
This is it
All we have ever wanted
All we will ever need
Nothing can take his plan
It's written all over your face
Yeah
You know that you want it now
Come on
Oh ah you know that you want it and how.
Come on
Yeah you know that you want it now.
Come on
Oh ah you know that you want it and how.
Gimme new kicks
I wanna go deeper
Never been to keen a timekeeper
Show me new tricks
You can get me on the beeper
I'm a pure new pleasure seeker.
Come make me whole
Body and soul ....
Gotta get me some
Gotta get me instant gratification.
Gimme new kicks,
Won't you show me new tricks
Without the ramifications.
Give it a try, don't be shy.
Well you know you might like it.
Never been to keen a timekeeper
But I'm a pure new pleasure seeker.
All the way from Venus.
Invading from Mars.
Don't let that come between us.
It's written in the stars.
Save me from fading afraid.
The tears of a fool on parade.
Quietly turn into stone.
Make me flesh and bone.
Well come on, oh.
You know that you want it now
Well come on, yeah.
You know that you want it and how.
Stimulation in body and cell.
For the good and misguided.
Desperation I'm under your spell.
Misunderstood and derided.
Speculation they kiss and they tell.
Misjudged and misquoted.
Fell into the abyss
I must have wanted this.
Another myth exploded.
Take a weight off your mind.
Trust the voice of experience.
I'll tell you little white lies.
Viva indifference.
Stoke up the fire
I'm all you require.
They won't set you alight.
Come and live your desire.
Come make me whole.
Body and soul, come make me whole ...
YEAH.
Well come on, oh, oh.
You know that you want it now.
Well come on, oh.
You know that you want it and how.
Well come yeah
You know that you want it now.
Well come yeah
You know that you want it now.
Gimme new kicks
I wanna go deeper
Never been to keen a timekeeper
Show me new tricks
You can get me on the beeper
I'm a pure new pleasure seeker.
Gimme new kicks
I wanna go deeper
Never been to keen a timekeeper
Show me new tricks
You can get me on the beeper
I'm a pure new pleasure seeker.
Be crime against passion
Not to itch that itch
Oh don't ask how it happened
This is it
All we have ever wanted
All we will ever need
Nothing can take his plan
It's written all over your face
Yeah
You know that you want it now
Come on
Oh ah you know that you want it and how.
Come on
Yeah you know that you want it now.
Come on
Oh ah you know that you want it and how.
Gimme new kicks
I wanna go deeper
Never been to keen a timekeeper
Show me new tricks
You can get me on the beeper
I'm a pure new pleasure seeker.
Come make me whole
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