29 maio 2004

Sinistro

Ontem fez muito, muito frio em São Paulo.
Eu estava sozinho em casa, lendo um livro de terror até pegar no sono. Tive um pesadelo com uma dos meus medos mais sinistros.

Já contei qual a coisa mais sinistra pra me assustar?

Imagine que vc acordou no meio da madrugada, na casa em que vc mora sozinho. Vai até a cozinha tomar um pouco de água. No caminho, percebe que algumas janelas da casa estão abertas... Uma chuva forte entra junto com o vento gelado. Com algum esforço, você fecha as janelas e vai até a geladeira. Nesse momento, falta energia elétrica. Resmungando, você acende uma vela e consegue alcançar a geladeira, abre a porta e busca a garrafa com água...
Mas... Há algo estranho no ar... Uma sensação estranha... Como se estivesse sendo observado... Mas você está sozinho em casa... Não está?
Virando-se, você vê, do outro lado, na porta da cozinha, iluminado apenas pela luz fraca da vela, há um pequeno vulto.
Uma criança branca, muito branca, parecendo terpouco mais de seis anos, num pijama escuro; cabelos loiros e lisos, te olhando de canto dos olhos, que parecem encovados e frios... completamente sem expressão no rosto, envolto numa palidez cadavérica, os lábios discretamente entreabertos, como numa sede indefinível... e... segurando algo que brilha discretamente... uma... FACA!!!
Imóvel, ela te observa por baixo dos olhos, indireto, em completo silêncio. Por instante, vc acha que ouve vozes sussurando frenetica e rapidamente em um idioma incompreensivel...
Vc sente sua respiração pesar, sente cada batida do seu coração como um forte e lento impacto, apertando cada vez mais forte o seu peito. Fica difícil respirar. Você congela. Segunds se passam sem que nada aconteça...
Os sussuros se intesificam, mas rápidos e mais altos, vindo de todos os lados, das sombras que parecem crescer ante a luz da vela... A criança está imóvel, sem tirar os olhos de você.
De repente, a criança envolve firmemente o cabo da faca com as duas mãos, bem em frente ao próprio corpo pálido, e lança os olhos rapidamente nos seus...
Nesse instante o vento volta, apagando a chama da vela e te deixando na mais completa escuridão com a criança...


Sinistro, não? hehehe

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